Festejado poeta do pop brasileiro, Arnaldo Antunes lança seu 16º álbum solo. Com produção assinada por Kassin, Já é chega ao mercado na parceria do selo Rosa Celeste com a Sony Music.
A idéia inicial era fazer um EP depois de um período sabático. Mas o repertório acumulado ao longo de viagens ao Brasil e exterior era grande, e a seleção final ficou em 15 músicas. “Costumo compor muito quando tiro férias”, conta o artista em texto escrito em primeira pessoa para apresentar o disco. “Rola um estado de disponibilidade onde as canções vêm espontaneamente, sem um destino certo, sem prazo, sem ter que responder a nenhuma demanda ou encomenda”, explica.
Ábum de viagens, marcado no gps de um Instagram musical. Em Parati (cidade histórica no interior do Rio) nasceu Dança (com Marisa Monte) e Peraí, repara (novamente com Marisa e Dadi, e gravado com participação da parceira). De um gelado inverno em Nova York trouxe Azul e prateado, Saudade farta, Se você nadar (parceria com sua mulher, Marcia Xavier) e O metereologista. A bagagem da temporada na Índia trouxe mais duas parcerias do casal: Só solidão e Aqui onde está, que fecha o disco. Na volta para casa esreveu o reggae Óbitos, em cima de melodia de Péricles Cavalcanti. “Agora vai / Põe fé que já é”, repete o refrão da faixa título trazendo esperanças em tempos nebulosos.
Cuirosamente o bem cuidado encarte não traz as letras das músicas, apenas fotos das viagens e créditos. Para acessar o texto – parte fundamental na obra de Arnaldo, poeta celebrado – é preciso acessar o site do artista.
Já é traz o pop variado de Arnaldo Antunes. Se quando saiu dos Titãs o compositor insistia em álbuns temáticos e multimídia, com o tempo a receita tribalista transformou seus álbuns em um drops pop. Aranaldo aprendeu a usar a voz grave a seu favor – seu canto virou marca pessoal em sua música. É o que está servido nesse novo álbum.