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Bossa nova à moda Cauby Peixoto

Aos 84 anos Cauby Peixoto parece incansável. Seu novo doce desafio é um disco baseado em um movimento musical bem diferente do que o consagrou. O álbum A bossa de Cauby, produzido por Thiago Marques Luiz e lançado pela Biscoito Fino, traz o resultado curioso e corajoso dessa aventura.

O álbum foi planejado por Cauby durante um longo período em que esteve internado na UTI de um hospital em São Paulo. Cantando para a equipe médica em uma serenata improvisada, Cauby sugeriu a seu produtor um disco com clássicos da Bossa. Semanas depois de ter alta já estava em estúdio gravando a voz, o que fez em apenas cinco dias.

Ídolo da época do rádio, em que a potência de voz e interpretações para fora eram regras, Cauby sempre foi amante das melodias sofisticadas do jazz e da bossa – que cantava nas elegantes boates da época. Tanto que das dez faixas do disco apenas três são inéditas em sua voz: Até quem sabeEste seu olhar e O amor em paz. As demais já estiveram na longa discografia de Cauby, mas agora voltam reunidas em um único álbum que tem belos arranjos, na sua maioria assinados pelo pianista Alexandre Vianna.

Cauby Peixoto não canta baixinho no tradicional banquinho e violão, econômico típico da bossa. Com seu estilo visita clássicos de Tom Jobim, Johnny Alf, João Donato, Eumir Deodato e dos irmãos Marcos e Paulo Sérgio Valle acompanhado por uma banda que segue caminhos da bossa-jazz. Sua identidade está marcada no disco, com a interpretação adequada a sua voz com os tons da maturidade, sem perder a inteligência e mantendo a incrível musicalidade.

Sem limites, Cauby já interpretou arroubos de amores, a fossa, o samba-canção, o romântico, o repertório de Sinata, brincou com o rock e twist. E dá – mais uma vez – aula como intérprete abraçando com propriedade os clássicos da Bossa Nova.

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