Com a bela voz firme e encantadora (como sempre), Evinha está de volta com o CD Uma voz um piano. Gravado na França (onde vive desde a década de 70), o disco tem lançamento no Brasil pelo selo Des Arts e quebra um jejum de 17 anos no mercado fonográfico.
No CD Evinha é acompanhada pelo marido, o pianista francês Gérard Gambus – também seu parceiro nas turnês internacionais do histórico Trio Esperança, que está na ativa. Ele assina a produção e os arranjos do álbum intimista e acolhedor.
O disco é um achado em sua simplicidade elegante. Evinha abre com sua interpretação de Alguém cantando, de Caetano Veloso. É alguém cantando perto, cantando fundo na memória de quem viveu sua música e não esquece sua voz. Entre novidades e sucessos o álbum segue suas 14 faixas até terminar com Casaco marrom. “Eu vou voltar aos velhos tempos de mim”, lembra seu maior sucesso.
Outras canções que ficaram marcadas na sua voz também estão de volta: o Teletema, de Antonio Adolfo e Tibério Gaspar e a Cantiga para Luciana de Paulinho Tapajós. Mas abre espaço para novidades como Meu canto, parceria inédita de Antonio e Tibério, que mistura português e francês. “O amor me levando pra longe / O amor me trazendo de volta”, canta nos versos iniciais de Uma ponte entre Rio e Paris, composição de Gérard que ganhou letra de Carlos Colla. Evinha também ganhou inéditas de Ivan Lins e Eduardo Gudin (Do jeito que você tem) e Dalto e Fernando Brant (Lição de amor).
Mesmo tão longe a voz de Evinha é íntima e próxima do público que viveu seu sucesso na década de 70. Para os mais jovens boa oportunidade de descobrir a cantora. Para todos a felicidade do registro que deixa a voz de Evinha tão clara e limpa. A cantora, em sua maturidade, preservou o frescor da juventude. “Copacabana está dizendo que sim”.