Cantor de voz linda, limpa e afinada, Paulo Neto chamou atenção logo em seu disco de estreia lançado em 2012. No caminho vem experimentando formatos, shows, parcerias e até palcos diferentes – vai do trio elétrico ao teto de banca de jornal. Agora Paulo Neto chega ao segundo disco e apresenta uma viagem bem pessoal com uma grata surpresa: traz suas próprias composições.
“Rosário de balas”, produzido por Rodrigo Campose lançado numa parceria da YBmusic com o Selo Circus, tem muito de cinema: textura, conceito, imagens, sensações. Paulo Neto visita sua cidade natal em Pernambuco atrás de memórias e sentimentos. Devolve um disco que dialoga com o menino da pequena Condado mas também com o artista de São Paulo. Idas e voltas: essa viagem já foi feita por tantos, e por isso mesmo é tão particular. E ainda mais especial na mão do artista que volta para cantar sua história.
“Ô de casa, tô entrando / Dá licença de chegar / Cheio de saudade no peito / E trazendo notícias de lá”, anuncia logo no início da viagem. “Coloque a farinha na mesa / E aquele café pra coar / Bater um dedinho de prosa / História demais pra contar”.
O roteiro segue. Três vinhetas e 12 músicas – onze com assinatura de Paulo Neto, sozinho ou em parcerias com Isabela Moraes, Ricardinho Paraíso,Marco Vilane e Martins. A voz de Zélia Duncanchega em “Temos todos o mesmo tudo a perder”, que Paulo escreveu inspirado em um texto dela.
Não é um disco para ser consumido em singles. É para embarcar junto, entrar no conceito do trabalho e entender que se trata de um momento muito especial, único. Não é um disco pra se passar rápido, é pra parar e entrar na música. Como antigamente, tirar um tempo pra deixar a música chegar. E viajar.