Circulando entre a música e o teatro, Rodrigo Vellozo lança o álbum “Cada lugar na sua coisa”, seu terceiro trabalho. Cantor seguro, de timbre delicado e marcante, nesse disco Rodrigo conta com a direção do jornalista Marcus Preto e produção de Alexandre Fontanetti. A dupla imprime outras cores e traz novos compositores para o repertório de Rodrigo. O trio se alinhou em harmonia e ousadia.
O conceito começou a nascer em encontros com Preto. Juntos ouviram músicas, assistiram shows. No estúdio Fontanetti trouxe a banda Cosmopolita, que gravou tudo praticamente ao vivo, com a garra e o calor dos shows. Funcionou. O cantor voa livre, à vontade, e brilha nos movimentos de “Farrapo humano”, composição de Luiz Melodia que abre o disco estabelecendo climas de jazz, rock e disco – e já ganhou um divertido clip. Hora de aumentar o som e deixar rolar.
“Um livro de poesia na gaveta não adianta nada / Lugar de poesia é na calçada / Lugar de quadro é na exposição / Lugar de música é no rádio”, diz na faixa título, composição de Sérgio Sampaio. A veia de ator multiplica as possibilidades. Em “Tão fácil”, de Marina Lima e Antonio Cícero, o clima é de jazz. Muda o personagem em “Anjo”, de Nuno Ramos. O nome de Nuno também aparece em “Para fazer sucesso”, parceria com Guilherme Held e Romulo Fróes que ganhou peso roqueiro. E vem o samba em “Arrego”, de Jota Vellozo (tio de Rodrigo) e Andó.
Rodrigo também traz suas composições. Com Xande de Pilares assina “Alívio”, samba que ganha roupa vintage sem deixar de ser contemporânea. Anna Toledo é parceira em “Mito” e Thiago Sak em “Trágico”. De casa Rodrigo traz “You”, cantada em inglês, para fechar o disco em composição dele com o pai Benito Di Paula.
“Cada lugar na sua coisa” é bom disco, ousado e jovem, revelando um artista de grandes possibilidades e personalidade. As novas roupas vestem bem o cantor, com bagagem suficiente para encarar essa nova viagem.