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Sambas no quintal de Clécia Queiroz

Os irresistíveis batuques do samba baiano dão o molho terceiro CD da cantora e compositora Clécia Queiroz. Em Quintais, ela abre a roda com alegria na voz e graça na festa.

Se o samba nasceu na Bahia (ou não), Clécia Queiroz é sua descendente legítima. Sua voz, bela e afinada, é ingresso para a festa. Quintais tem produção dividida entre Sebastian Notini (percussionista sueco que já trabalhou com grandes nomes do pop antes de se apaixonar pelos ritmos brasileiros) e Dudu Reis. É fruto de pesquisa que junta ancestrais africanos e portugueses com as tradições da Bahia.

Maxixe, ijexá, chula, samba-de-roda… a diversidade de ritmos dentro desse universo faz um disco importante, alegre e essencial. “É como se sons de diferentes quintais aportassem num único lugar e, misturados, produzissem uma música que tem origem numa memória coletiva tradicional, mas que se apresenta num formato do universo atual que vivemos”, define a cantora no texto que apresenta o álbum para a imprensa.

“Se tem alguém feliz nesse mundo / Esse alguém sou eu”, canta na Pedra papel e tesoura, festa dos erês assinada por Samir Trindade, também compositor de Caruru. Roque Ferreira – a quem Clécia dedicou seu trabalho anterior – é autor recorrente no disco com seis composições entre as quinze faixas. A música que batizou o disco é dele com Clécia, enquanto em Águas de Oxum assina com J.Velloso – esse presente também em outras duas músicas. Como em Amjo fugido, parceria dele com Roberto Mendes que abre o disco.

O samba brejeiro com tempero de dendê e ares do Recôncavo ilumina o quintal nesse CD de Clécia Queiroz. Irresistível, impossível não entrar nessa festa.

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