“Alô alô ativo ouvinte”: a Blitz traz novidades, amigos e surpresas. A trupe de sotaque carioca comandada por Evandro Mesquita lança o CD Aventuras II, pela Deck Disc, com bom repertório inédito e chamada geral em uma lista de convidados que vai de Alice Caymmi a Zeca Pagodinho (em ordem alfabética).
Naquele verão de 1982 a aventura da Blitz era com espírito jovem e festivo do carioca. Hoje o grupo vive na estrada pegando a onda do flashback e da saudade de uma cidade que não é mais a mesma. Poderia facilmente sobreviver apenas de nostalgia, mas Evandro Mesquita faz questão de seguir produzindo. E bem, como fica provado nesse novo CD que injeta novas delícias e uma lista extensa de participações. São 28 nomes apresentados em ordem alfabética na contracapa.
Tão inusitado quanto delicioso é o encontro com Zeca Pagodinho, fora de sua roda habitual em Fominha. Ousado também é juntar a guitarra de Andreas Kisser, o cavaquinho de Pretinho da Serrinha e a voz de Seu Jorge em Martelinho de ouro. Encontro de tribos em nome da diversão com rock e samba convivendo pacificamente – mais uma vez deu certo. A performática Alice Caymmi encarna o drama no tango Noku pardal. Da geração do rock dos anos 80 aparecem Os Paralamas do Sucesso em Nu na ilha (também com Davi Moraes) e Frejat em Baile quente. Outras bandas-símbolo da época são também representadas por George Israel (Kid Abelha), Arnaldo Brandão (Hanói-Hanói) e Rodrigo Santos (mais um Barão na lista).
Única regravação do repertório traz O rei do gatilho, de Miguel Gustavo, homenageando Moreira da Silva no clima da Blitz. Mas o novo disco é essencialmente autoral, com todas as inéditas trazendo a assinatura de Evandro. Entre os parceiros passam Billy Forghieri (parceiro mais constante e tecladista da banda), Davi Moraes, Frejat, Eugenio Dale e Suely Mesquita. A atual formação da banda ainda conta com Juba (bateria), Rogério Meanda (guitarra), Cláudia Niemeyer (baixo), Andréa Coutinho (backing vocal) e Nicole Cyrne (backing vocal).
O título remete ao disco de estrondoso sucesso que o grupo lançou em sua estreia. Os tempos são outros, o Rio é outro, a música é outra, a Blitz é outra. Mas com o mesmo DNA. Essa nova aventura traz da anterior a criatividade, a alegria, a jovialidade. Trinta e cinco anos depois as aventuras da Blitz são novas, mas continuam sedutoras para surfar na estrada. “Prometendo voltar no próximo disco, no próximo show ou a qualquer momento”.