Nas (ainda tímidas) comemorações pelos 70 anos de Ivan Lins, a gravadora Kuarup recupera dois títulos do início da carreira do cantor e compositor. Lançados originalmente pela RCA (hoje catálogo da Sony Music) e já editados em CD mas há muito fora de catálogo, voltam ao mercado os álbuns Modo livre (1974) e Chama acesa (1975).
Os discos são, respectivamente, quarto e quinto trabalhos de Ivan Lins, compositor já consagrado com o clássico Madalena, grande sucesso com Elis Regina. No álbum de 1974, com arranjos assinados por Arthur Verocai , Ivan estreia sua parceria com Vitor Martins em Abre alas e segue dobradinhas com Ronaldo Monteiro (co-autor de Madalena) em músicas como Deixa eu dizer, Tens (calmaria), Espero, Essa maré e Desejo. A rica ficha técnica – com nome de grandes músicos – revela participações de Lucinha Lins e das vozes do MPB4 e do Quarteto em Cy.
Já no disco lançado no ano seguinte Ivan assume os arranjos ao lado de sua banda – que contava com o maestro Gilson Peranzetta, que assinaria outros grandes álbuns de Ivan depois. A parceria com Vitor Martins também era ampliada. A dupla assina cinco das onze composições do disco: Lenda do carmo, Joana dos barcos, Ventos de junho, Demônio de guarda e Corpos.
Os dois discos marcam uma fase mais política na obra de Ivan Lins. Depois de ser criticado como ufanista pelo sucesso O amor é o meu país, o compositor deu voz a versos como “Espero um dia na vida / Rever nas luas vadias / Frases, canções, boemia / Fases do tempo em que fui feliz” (em Espero) e “Eu quero dizer o que penso dessa vida / Preciso demais desabafar” (em Deixa eu dizer), ambas em parceria com Ronaldo Monteiro.
As comemorações pelos 70 anos de Ivan Lins (que completou dia 16 de junho) trazem ao mercado esses dois títulos importantes que definiram as parcerias da fase de maior sucesso. Hoje, produzindo bom material novo e em plena atividade, Ivan é um dos artistas brasileiros de maior prestígio no exterior.
https://youtu.be/GmK5oXbodJI