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Consuelo de Paula mostra obra inspirada em Cecília Meireles

Em seu sexto álbum a cantora e compositora Consuelo de Paula estabelece parceria informal com Cecília Meireles. A poetisa não aparece nos créditos, mas é inspiração e ponto de partida. Respira poesia nas composições de Consuelo, em parceria com Rubens Nogueira, para O tempo e o branco, lançamento independente com distribuição da Tratore.

O tom rural, calor da fogueira, chega na elegante formação, em que a voz de Consuelo está acompanhada apenas do acordeon de Toninho Ferraguti e da viola e violão de Neymar Dias. O ambiente musical, acolhedor e elegante, é propício para valorizar a letra, a poesia de Consuelo visitando Cecília. Um sarau intimista cheio de emoção e texto latente.

“Sua poesia me visita e me abandona”, canta em Revoada, que abre o álbum. Ao longo das treze músicas (duas assinadas sozinhas e as demais com melodias de Rubens), Consuelo volta a tecer poesia o tempo todo. “Busco no meio da negritude / minha palavra mais sincera”, declara em Sincera. Já em Cecílias e dálias planta “deve haver música em seus dedos / um grito de cigarra esperançosa”.

Valorizando a lírica sem descuidar da harmonia, Consuelo constrói um belo relicário de canções. O tempo e o branco tem o tempo da poesia, contemplativa e bela. Um disco para se ouvir acompanhando as letras no encarte. E deixa o dia fluir em outro ritmo.

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