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De Jaques Morelenbaum aos mestres com carinho

São referências e reverências. Músico com formação erudita e coração popular, Jaques Morelenbaum lança o CD Saudade do futuro, futuro da saudade pela Biscoito Fino. O álbum é assinado pelo CelloSam3aTrio que ele (violoncelos) forma ao lado de Lula Galvão (violão) e Rafael Barata (bateria e percussão).

A lista de dedicatórias é ampla e longa, ocupa duas páginas do encarte. O álbum de memórias de Jaques, que já tocou ao lado de nove entre dez grandes nomes da música brasileira atual, faz um passeio por suas referências do samba. Filho de imigrantes que só ouviam música clássica, foi através da música de João Gilberto que Jaques aprendeu o ritmo brasileiro.

Não por acaso a imagem do inventor da bossa nova é recorrente no álbum, que logo na sequencia inicial traz quatro músicas do repertorio de João: Tim-tim por tim-tim (Haroldo Barbosa e Geraldo Jaques), Eu vim da Bahia (Gilberto Gil), Coração vagabundo (Caetano Veloso) e Retrato em branco e preto (Tom Jobim e Chico Buarque). Na reta final ainda entram Outra vez (Tom Jobim) e Você e eu (Carlos Lyra e Vinicius de Moraes). Além de João as referências também passam por artistas com quem Jaques tocou em longos períodos, como Tom e Caetano.

Jaques, ele também um mestre, assina Maracatuesday, em que dobra seu instrumento convencional com um cello de 5 cordas feito especialmente para ele, e Ar livre. Lula Galvão assina Abaporu e Luizão Paiva fecha o álbum com FlaXFlu. Versando sobre o tema ainda completam o disco releituras para Jacob do Bandolim (Receita de samba) e João Donato (Sambou… sambou, parceria com João Lourenço).

O som elegante e criativo do CelloSam3aTrio põe o violoncelo de Jaques Morelenbaum na linha melódica. Entre o samba e a bossa, a liberdade do jazz dá o tom no álbum.

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