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Estrelinski mostra a música do poeta

A – tardia/benvinda/necessária – descoberta do grande público pela obra do poeta curitibano Paulo Leminski ainda guarda surpresas. A cantora Estrelinski – que antes assinada Estrela Leminski – junta em um álbum duplo a obra musical do pai. Dividindo o trabalho com a banda Paulera, o CD Leminskanções empolga com letras inteligentes e melodias de leveza pop.

Para dar vasão a obra musical do poeta Estrelinski preparou um álbum duplo com farta oferta de inéditas – onze no total. Editado por seu próprio selo com distribuição da Tratore, as músicas também estão disponíveis para download gratuito no site www.leminski.com.br.

O primeiro CD, Essa noite vai ter sol, traz composições assinadas apenas por ele, letra e música. Nesse traz participações de Arnaldo Antunes (Não mexa comigo) e Zeca Baleiro (Se houver céu). A surpresa fica com a inclusão de um registro na voz do próprio Leminski em Valeu. Nesse volume estão sete das onze inéditas reveladas pelo projeto.

Vira o lado e segue com Se nem for terra, se transformar, reunindo parcerias como Itamar Assumpção, Zé Miguel Wisnik, Moraes Moreira e Alice Ruiz. É também o disco que reúne mais participações como Zélia Duncan (Sinais de haicais), Ná Ozzetti (Live with me), Serena Assumpção (Hard feelings, da parceria com Itamar), e Bernardo Bravo (Sou legal eu sei). Todos, de alguma forma, ligados a produção musical do poeta.

Transitando entre a vanguarda paulista e uma rica cena intelectual em Curitiba, Paulo Lemisnki teve sua obra editada basicamente por tiragens pequenas e regionais. Com a publicação de suas poesias em 2013 pela Companhia das Letras ganhou grande público, figurando até na lista de livros mais vendidos. Aos leitores recém-chegados a biografia do poeta ainda guarda surpresas. Como esse estandarte musical muito bem defendido por Estrelinski – como pede o DNA cantora não convencional e interessantíssima.

Taxado de maldito, restrito a guetos em vida, Leminski é pop como o público leitor descobriu. Sua produção musical não fica atrás. A riqueza de sua obra também está aí. Para dar play e acompanhar a poesia batendo o pé ou até dançando.

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