O som do grupo Fato é original e inquietante. Parte importante de uma cena curitibana que bebe na vanguarda, o grupo comemora 25 anos de fundação agora em 2019. No ano passado o Fato lançou o CD+DVD ao vivo “+ Próximo”, desdobramento do álbum de estúdio editado em 2014.
Gravado em shows que passaram por Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro, o novo trabalho foi crescendo com participações especiais. Grande amigo e antigo integrante do grupo, o músico e ator Alexandre Nero encontrou os amigos no Rio de Janeiro na mesma apresentação que contou com participação de João Cavalcanti. Em São Paulo foi a vez do Fato convidar Maurício Pereira enquanto para o show de Curitiba levaram Pedro Luis – produtor de “Próximo”, álbum de estúdio que gerou esse novo trabalho.
Uma marca registrada do grupo nos palcos e discos é a presença da Tamancalha, curioso instrumento de percussão criado por Zé Loureiro Neto formado por tamancos de fandango. O som dos tamancos está em todo o repertório do grupo. Nesse disco também aparece nas releituras dos colegas.
De Pedro Luís trazem “Miséria no Japão”, “Vagabundo II” e “Caio no Suingue”. João Cavalcanti vem com sua “Indivídua” – letra milimetricamente bem construída e genial – que também é destaque do álbum que o cantor lançou nesse ano. Maurício Pereira está em “Três homens três celulares” enquanto Alexandre Nero vem em “Filosofando”, “Valadares” e “Vozes”.
Ecoando sons e timbres fora do lugar comum o Fato tem sua digital importante e uma trajetória a ser comemorada nesse quarto de século de resistência e criatividade. Olhando pra frente sem tirar os olhos do que acontece em volta, o grupo segue caminho próprio e relevante.