Cercada de mistérios e histórias divergentes, a intimidade dos Mutantes está próxima de ser revelada. O dia-a-dia da banda na comunidade que eles mantinham na Serra da Cantareira vai poder ser conhecida através das lentes de Leila Lisboa Sznelwar. O baú da fotógrafa, que viveu com a banda, vai ganhar o mundo no livro A hora e a vez, que está em pré venda no site Kickante (saiba mais, clique aqui).
Leila acompanhou de perto a história da banda entre 1969 e 1973. Namorada do baixista Liminha na época, ela viveu no sítio com a banda participando de ensaios, shows e viagens com o grupo de Rita Lee, Sérgio Dias e Arnaldo Baptista. Tudo documentado. Para o livro a fotografa selecionou 130 imagens inéditas de seu imenso acervo. Leila assina diversas fotos de divulgação da banda e de discos como do álbum Mutantes e seus comentas no país dos bauretz, além do antológico Lóki?, álbum solo de Arnaldo.
Um dos braços principais da Tropicália nos anos 60, Os Mutantes foram redescobertos na década de 90 pelo público americano e desde então a banda virou alvo de olhares curiosos e atentos, rendendo pesquisas e releituras. A mistura mágica de música brasileira com instrumentos elétricos – fabricados e inventados por eles próprios – deu origem ao psicodelismo brasileiro.
O livro de Leila mostra essa bomba de criatividade de muito perto. Em um país que não preza pelo registro e pela memória, o valor desse material é ainda maior. Se no exterior existem livros com fotos dos Beatles e dos Rolling Stones, a edição desse trabalho com imagens dos Mutantes é essencial para contar e preservar a história da música brasileira.