A discografia do incrível Moreira da Silva vem sendo resgatada pelo selo Discobertas, do produtor Marcelo Fróes. No final de 2015 chegou ao mercado Sempre um sucesso, quarta caixa dedicada ao sambista. Dessa vez o foco foram os discos lançados entre 1968 e 1972, além de uma coletânea de faixas raras.
Já com mais de quatro décadas de carreira e extensa discografia, no final da década de 1960, Moreira da Silva gravou por pequenos selos regionais. A caixa traz discos lançados por selos paulistanos: os dois primeiros pelo Cantagalo e um terceiro pelo Tropicana. Nesse período Moreira lançou ainda um álbum pela Continental, não incluído nessa caixa.
Em tempos do nascimento da Tropicália e música de protesto, segue o mesmo Moreira da Silva afiado e divertido, sempre com um breque engatilhado. Em O sucesso continua (1968) traz regravações como Na subida do morro, Amigo urso e O rei do gatilho. No ano seguinte é a vez do álbum Manchete do dia. Terceiro disco da caixa, 70 anos de samba (1972) comemorava o aniversário do artista com músicas como Moreira enfrenta Verdugo, A nega da gafieira e Estou naquela do Roberto Car.
O álbum Raridades traz gravações feitas entre 1966 e 1979 (em ordem cronológica) para álbuns de carnaval e discos temáticos. Passam delícias como Mundo novo, Maria Teresa e Não faça isso. A parte final do disco traz participações em trabalhos de Cyro Aguiar (homenageado em Super Morengueira e Moreira, o polivalente) e Os Originais do Samba (Olha o Padilha). O dueto com Chico Buarque em Doze anos vem do álbum Ópera do malandro e a crônica Tira os óculos e recolhe o homem, parceria e dueto com Jards Macalé, do Festival da Tupi de 1979.
Com a missão de recuperar a obra de Moreira da Silva, o selo Discobertas joga luz sobre um artista especial e singular.