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No tempo do sorriso de Carol Andrade

A cantora e compositora paulistana Carol Andrade chega a seu terceiro – e melhor – álbum. Em Sorria segue a parceria com Alex Maia – produção, arranjos e violão – e mostra bom repertório autoral em dez inéditas.

O título é apropriado, a música de Carol é solar e seu canto sorri. O álbum ganha elogios de Rosa Passos que, em texto publicado com justo destaque na arte do disco resume: “Sorria é para ser escutado com o coração tranquilo”. O laço entre as artistas vira poesia na segunda música do álbum, Nos passos da Rosa: “Quem ouve o canto da Rosa / Só quer caminhar / Nos passos da inspiração”. A arte de Carol acontece – assim como a de Rosa – em tempos de delicadeza.

Os ritmos brasileiros passam por Alegre sertão, crônica da globalização nas pequenas cidades. O mesmo cheiro de mato pode ser sentido em momentos como Canto de cachuera e Margarida, delicada homenagem para sua mãe. A faixa título abre o álbum dando pista do que vai vir: “Seja como for sorrio”. Mesmo no ritmo da elegante Valsarás, baile para voz e violão cúmplices, ou na levada jazzy de Poema do amor novo.

O disco foi gestado em uma espécie de reality show. Em sua página no Facebook Carol alimentou crônicas e poesias no Diário de sorria, compartilhando seu processo de criação.

Costurando belezas, Carol Andrade vai na contra mão em busca do essencial. Seu canto é apropriado para as belas melodias, tem o tempo e o tempero de um Brasil que não está nas manchetes dos jornais.

 

 

 

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