Em temporada no Brasil para shows, Ceumar lança seu sexto CD, Silencia. Vivendo na Holanda há cinco anos, a artista mineira segue fiel suas raízes mostrando que é universal e rica sua alma regional. Com apoio do importante projeto Proac, do governo de São Paulo, o álbum sai pelo selo Circus. Mas também está disponível para download gratuito no site da artista (www.ceumar.com.br).
Desde que surgiu com seu primeiro álbum (Dindinha, de 2000, com produção de Zeca Baleiro), Ceumar traz na sua voz sons próprios com gosto de interior. A vida na Europa a aproxima do flerte com o jazz, mas também do mergulho em suas raízes. Nesse novo trabalho encontra o violoncelista francês Vicent Ségal, profundo conhecedor de música brasileira e diretor musical do álbum. Em 53 minutos e 13 músicas, Ceumar desfila belezas, delicadezas e sensações preciosas em busca do diálogo entre a música e o silêncio.
“Quando levito / eu tô cantando”, define precisamente a parceria com compositora Déa Trancoso em Levitando. No álbum Ceumar também traz dobradinhas inéditas com Gildes Bezerra, Sérgio Pererê, Tata Fernandes, Kléber Albuquerque, Di Freitas e Nando Távora. Por conta da distância física, as composições foram nascendo pela internet. Mas quem ouve sente o aconchego da arte.
O leque de ritmos é amplo, somando samba, xote, marchinha, coco e xula. A base é formada pelo violão de Ceumar e o violoncelo de Vicent, mas na roda ainda entra baixo, violão, bandolim, viola caipira, rabeca e uma dose precisa de percussão. Tudo gravado praticamente ao vivo no estúdio, sem fones, olhos nos olhos. Deixa a música fluir naturalmente como um rio.
A arte de Ceumar é orgânica, soa natural e bela. Paisagem auditiva, aromas de Minas, de Brasil, que encanta pelo peculiar. O regional que, sendo único, é universal. Voz confortável, caseira. A música de Ceumar – incluindo seus silêncios – diz muito sobre um Brasil que não passa na TV. A viagem ao interior leva longe.