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O cabaré de Simone Mazzer

A interpretação forte da cantora paranaense Simone Mazzer chamou atenção logo assim que ela começou a montar seu cabaré na Lapa, zona boêmia do Rio de Janeiro. Depois de shows em casas pequenas, participações em importantes programas de TV e uma crescente plateia de formadores de opinião, Simone chega ao primeiro CD. O álbum Férias em videotape está sendo lançado pelo selo Pimba em parceria com a Cajá Arquitetura Cultural.

No disco Simone impressiona não só pela força de sua voz, mas também pelo talento de escolher ótimo repertório longe do lugar comum. O disco já abre campeão com Tango do mal, do excelente compositor Luciano Salvador Bahia. Depois é a inconfundível voz de Elza Soares quem abre alas para Simone em Essa mulher, do londrinense Bernardo Pellegrini – também autor de Dei um beijo na boca do medo. Simone passa pela lira paulistana fazendo teatro em Parece que bebe, de Itamar Assumpção. E traz a malícia de Mente, mente, que canta desde os tempos em que fazia parte da banda Chaminé Batom.

Quando entra nos clássicos também dá sua própria visão. Como em Camisa listrada de Assis Valente, Back to black de Amy Winehouse e Mark Ronson e Babalu de Margarita Lecuona. O aparente ecletismo é muito bem amarrado e faz sentido no cabaré de Mazzer que ganhou arranjos de Marco Antonio Scolari.

Em uma época de cantoras cool, Simone Mazzer é do tipo que solta a voz e mergulha sem medo na interpretação. Em tom vintage moderno, Férias em videotape fotografa uma artista de personalidade.

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