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O lado B da Bossa Nova

Nova caixa produzida por Marcelo Fróes para seu Selo Discobertas, Bossa é bossa reúne dez LPs em cinco CDs. Lançados originalmente entre 1961 e 1964, a seleção recupera discos de Celso Murilo (quatro títulos), Célio Balona (dois) e Hélio Mendes (quatro).

Nenhum dos três entrou como protagonista na história da Bossa Nova, mas foram nomes importantes nos clubes cariocas em noites disputadas de bossa, jazz e balanço. Seus discos saíram por selos pequenos, e permaneceram até agora inéditos em formatos digitais.

A coleção abre com quatro LPs de Celso Murilo reunidos em dois CDs. Comandando órgão e piano, o músico e sua banda fazem um baile brasileiro em Sambas na passarela (1961), Ritmos na passarela (61), Férias no Drink (62) e Convida a dançar (63). Segue com Célio Balona (vibrafone) em Música 18 kilates (62) e Balona é o sucesso (63). Fechando a coleção quatro discos do pianista Hélio Mendes com Weekend in Rio (63), Weekend in Guarapari (63), Trio Vagalume na bossa (64) e Volume 4 (64).

O repertório da caixa escapa do óbvio, incluindo alguns clássicos mas dando oportunidade para descobrir deliciosas composições que ficaram esquecidas na memória de quem viveu a época ou nos colecionadores que guardavam os LPs originais. A nova edição tem cuidadosa remasterização por Ricardo Cavalheira, que recria o som da época com o brilho do digital, além de recuperar capas e informações dos LPs.

Com nota assinada por Ruy Castro na contracapa da caixa, Bossa é bossa revive o tempo em que a boa música brasileira ditava o repertório da noite carioca. Com músicos criativos e competentes, a bossa, o jazz e o balanço voltam nesses dez títulos deliciosos que permanecem modernos.

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