O mundo que gira ao redor e no interior da artista tatuado em letras e melodias envolventes. Esse é o ponto de partida de Dentro de mum cabe o mundo, terceiro álbum da carreira da carioca Monique Kessous.
O amor continua a ser o tema que norteia a obra de Kessous em um disco basicamente autoral que propaga liberdade. A cantora assina dez das treze músicas, sozinha ou dividindo parcerias com Chico César, Denny Kessous e João Cavalcanti. Duas músicas trazem assinatura de Moska: ele é autor da inédita Por causa do seu pensamento e assina a versão de O círculo, de Kevin Johansen. Pedro da Silva Martins – do grupo português Deolinda – traz Seja agora.
As letras dão a pista do discurso de Monique. Ela já abre o disco – voz em primeiro plano – com “Quando eu canto eu posso ser o que eu quiser”, na envolvente levada de Aqui tem. A ideia de liberdade está em outros momentos como em A lei é deixar fluir, parceria com seu irmão Denny Kessous: “Às vezes é bom andar sem ter onde ir”. Discurso necessário para tempos de propagação de discursos retrógrados. O ótimo título do álbum vem de Espiral, dobradinha dela com João Cavalcanti que fecha o álbum.
Primeiro single a ser conhecido no álbum – de longa gestação – foi Meu papo é reto, parceria de Monique com Chico César que ganhou participação especial de Ney Matogrosso em letra que narra cena de pegação na noite. No elegante samba Acorde, Monique junta Pastoras pop cariocas nos vocais: Anna Ratto, Silvia Machete, Ana Claudia Lomelino, Lia Sabugosa e Nina Becker.
É nesse espaço contemporâneo de um pop pensante que Monique desenvolve sua música. Para isso divide a produção do álbum com o expert Berna Ceppas, que ajudou a moldar o clima com participações de alguns dos músicos mais requisitados dessa cena.
Dentro de mim cabe o mundo é delícia pop, recheado de melodias envolventes e letras inteligentes. Monique – nome já constante em trilhas sonoras de novelas – tem a mão da rara equação de somar boas ideias em canções pop valiosas.