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O samba feminino de Joyce Cândido

Com dois discos na carreira, a cantora Joyce Cândido apresenta seu primeiro DVD. Em O bom e velho samba novo, gravado no elegante teatro carioca Maison de France e lançado pela Warner Music, a cantora mostra a bonita voz e graciosa presença de palco.

Com os arranjos limpos assinados por Alceu Maia (repetindo a dobradinha de seu mais recente álbum), Joyce faz samba de menina. Delicada e afinadíssima, sua técnica não encobre a emoção. Joyce está à vontade e bela em clássicos como Corra e olhe o céu (Dalmo Castelo e Cartola), Deixa a menina (Chico Buarque) e Feitio de oração (Noel Rosa e Vadico). Quando canta Reconvexo (Caetano Veloso), coloca o público do teatro para dançar. Em set gravado no estúdio Vison Joyce incluiu Samba e amor, outro sucesso de Chico Buarque, em que aparece ainda tocando piano.

Mas grande parte do repertório é de boas surpresas, como sua própria composição Pôr do sol e Jóia rara, parceria com Guilherme Sá. Logo depois engata a irresistível Cê pó pará, parceria de Ana Costa com Fred Camacho e Alceu Maia. A música, destaque do CD anterior de Joyce, aqui ganha número de dança em cena de Carlinhos de Jesus. O produtor Alceu Maia é parceiro de Luciana Carvalho em Tesouro maior e ganha homenagem de Joyce que dedica a ele o verso “Amigo é o tesouro maior que se encontra na vida”.

Sempre à vontade, Joyce Cândido divide o palco com grandes nomes. Recebe Elza Soares – como sempre cheia de energia – em um emocionante dueto em Espumas ao vento. O público no teatro, hipnotizado, levantou para aplaudir – e quem está em casa assistindo pode ficar à vontade para fazer o mesmo. Joyce também encontra, em gravação em estúdio, João Bosco em O rancho da goiabada. Da cena da Lapa traz o cantor e compositor mineiro Toninho Geraes (também em estúdio) em Giramundo, composição dele com Toninho Nascimento. Já Guilherme Sá toca cavaquinho na bela Mar a fora, parceria dele com Alípio Carmo.

Nascida no interior de São Paulo, Joyce estudou música em Marília, Londrina e Nova York. Mas o rigor da escola clássica e das aulas na Broadway não tiraram sua espontaneidade. Feminina, unindo doçura e vigor em sua voz, Joyce Cândido tem credenciais para entrar no mundo do samba.

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