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Um Sururu no Japão

Da Lapa para Yohohama: em 2014 o Sururu na Roda fez uma turnê de 45 dias com 22 shows por 20 cidades do Japão. Na mala de volta o grupo trouxe a experiência de fazer samba do outro lado do mundo, além de um registro do show apresentado em dezembro no Kanagawa Prefecture Hall, na cidade de Yohohama. O resultado sai no DVD e CD ao vivo Made in Japan, lançado pela Biscoito Fino.

Tudo é simples. Com câmeras posicionadas no palco e outras espalhadas pelo teatro, a edição é de cortes frenéticos em contraste com o público – de início – atento e comportado. O som limpo também é curioso. O samba que do lado de cá já começaria com a plateia de pé, lá é acompanhado com um solene respeito. O público japonês adora e conhece bem a música brasileira (até melhor do que muitos por aqui), mas tem seu jeito próprio de se comportar nos shows, o que é curioso ainda mais em se tratando de uma festa de sambas.

O vocalista Nilze Carvalho cumprimenta o público em japonês – resultado dos seis anos em que viveu no país com o irmão Silvio Carvalho. Além de Nilze (cavaquinho, voz e bandolim) e Silvio (voz e percussão) o grupo é formado por Fabiano Salek (voz e percussão). Nesse show trazem músicos convidados: Hudson Santos (violão), Diego Zangado (bateria), Zé Luiz Maia (baixo) e Pc Castilho (sopros e percussão).

O trio arrisca cantar a bossa-samba Ano hini kaeritai. Nilze, Silvio e Fabiano assinam Sururu formado e Até o Japão, que diz: “O samba que eu canto em todos os cantos/Eu vou cantar lá no Japão”. Nessa hora muitos já estão de pé, quebram protocolo e sambam – até em cima do palco. No final do show o teatro inteiro já está de pé acompanhando o ritmo com palmas.

Para confirmar a letra, o repertório segue clássicos “para inglês ver”. O grupo vai de tiros certos como Aquarela do BrasilTrem das onzeMas que nadaO amanhã, além de medleys com canções de Caymmi e outro que junta as bossas Garota de Ipanema e Chega de saudade.

Comemorando seus 15 anos, o Sururu na Roda mostra um show diferente, (bem) longe de sua zona de conforto. Cria da Lapa carioca, o grupo foi até o Japão para mostrar seu samba cativante e alegre. A festa tem bons arranjos e ótimos músicos no palco. O público japonês curtiu o samba e o Sururu volta para casa vitorioso.

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