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Vânia Bastos e Marcos Paiva encontram Pixinguinha no concerto

Em tempos de delicadeza e silêncios, a cantora Vânia Bastos e o baixista Marcos Paixa se encontram no CD Concerto para Pixinguinha, enaltecendo a nobreza da obra do compositor. O álbum tem lançamento do selo Conexão Musical e distribuição da Atração Fonográfica.

Tocar em clássicos é sempre uma tarefa difícil. Se são músicas já bastante regravadas fica mais difícil ainda. Mas os arranjos de Paiva encontram na voz cristalina e interpretação genial de Vânia fôlego para apresentar novidades em músicas já tão conhecidas.

Choros e sambas ganham tratamento de música erudita, a gafieira está em noite de gala e flerta com a liberdade do jazz. A formação é inusitada e abre mão dos tradicionais regionais. Além de Marcos Paiva (arranjos, direção musical e baixo acústico), o álbum conta com César Roversi (sopros), Jônatas Sansão (bateria) e Nelton Essi (vibrafone). O projeto foi idealizado pelos produtores Fran Carlo e Petterson Mello, sócios do selo. O show estreou em 2013 e ganhou registro em estúdio para esse CD.

O repertório passa pelos grandes clássicos de Pixinguinha como RosaCarinhosoMundo melhor e Urubu malandro. O brilho do álbum é dividido entre a cantora e o quarteto, inclusive com três temas instrumentais: Seu Lourenço no vinhoCochichando e Displicente.

Jovem músico com brilhante carreira solo e participações em discos importantes, Marcos Paiva tem relevante discografia iniciada em 2006. Já Vânia é cantora ímpar, nome de destaque na vanguarda paulista e que em carreira solo já dedicou belos tributos a Caetano Veloso, Tom Jobim e Edu Lobo. O encontro dos dois artistas é sublime e necessário nesse momento que a vida pede por uma delicadeza que só a arte pode trazer. A respiração aqui ganha outro ritmo.

Vânia Bastos e Marcos Paiva dão tratamento de luxo a Pixinguinha, genial músico popular que desenvolveu sua obra em saraus informais em seu quintal ou em rodas de choro. Mesmo levando as composições para outro ambiente, em nenhum momento a obra é descaracterizada. Apenas joga luz sobre a nobreza da música popular.

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