Depois da viagem pelo interior com sua Caravana sereia bloom, Céu parte para outras dimensões em Tropix. Seu novo CD, lançado pelo selo Slap da Som Livre, tem produção dividida entre o baterista Pupillo e o tecladista francês Hervê Salters. Sons eletrônicos dão o tom do álbum, que ganha calor e vida abraçado pela voz de Céu.
Céu se reinventa sem causar espanto – afinal é isso que a cantora paulistana tem feito desde sua estreia em 2005. Tropix é disco calcado em linguagem eletrônica, mas sem perder o calor. Que vem já de sua voz de timbre especial e interpretação malemolente.
Um perfume do invisível pixelando amor – aproveitando versos de duas das novas músicas. O repertório – quase totalmente autoral – acontece em clima noturno, flertando com a dance music e o pop da década de 80. Mas nada é datado, tudo ambientado em pleno 2016 cosmopolita.
O Brasil aparece mais nítido na irresistível Minhas bics, mas é um disco de linguagem universal com digital própria. É assim que ela abre o trabalho com Perfume do invisível – primeiro single e um dos destaques do álbum – e segue por músicas como Amor pixelado, Varanda suspensa e um medley juntando Etílica e Interlúdio com participação – voz e parceria – de Tulipa Ruiz.
Céu se reinventa para continuar sendo o que é. Cantora com domínio de seu trabalho, ideias inovadoras e sem amarras ou limites. Tropixsurpreende pelo som, não pela atitude de procurar o novo. Para ouvir alto nas luzes da noite.