A musical família Caymmi volta e meia visita a obra do patriarca – afinal de contas não é qualquer clã que tem como patriarca Dorival Caymmi. Dessa vez Danilo se junta a jovens músicos Domênico Lancellotti e Bruno Di Lullo para levar os sambas do pai para outras praias. No álbum Don don – lançado digitalmente em 2015 e editado pelo selo Descobertas agora em 2016 – grandes clássicos do baiano ganham a brisa carioca contemporânea.
Danilo é a voz – e a flauta – do disco que, na verdade, é um trabalho em conjunto. O cantor se entrega a produção de Domênico (percussão e eletrônicas) e Di Lullo (baixo) – com justiça os três dividem a capa e a assinatura. Nomes badalados e disputados na moderna cena carioca, os músicos somam uma cool-banda com participações de nomes como os de Pedro Sá (violão), Marlon Sette (sopros), Pedro Baby (violão), Berna Ceppas (samplers), Silvia Braga (harpa), Felipe Pinaud (flauta), Cláudio Andrade ( wurlitzer), entre outros.
O lendário Artur Verocai assina arranjos de cordas em Das rosas e Só louco. A voz marcante da cantora Alice Caymmi – filha de Danilo, neta de Dorival – carrega no drama em Canção da noiva. Já com timbre doce Ana Cláudia Lomelino – vocalista do celebrado grupo Tono – canta com Danilo Nunca mais. O repertório segue com clássicos como O que é que a baiana tem?, Requebre que eu dou um doce e Dora. A faixa título é a mais recente descoberta do baú de Dorival, em parceria com Assis Chateubriand.
Os clássicos de Caymmi são repaginados com sonoridade inédita. Em nenhum momento há a intenção de desmontar as melodias. A inserção de novas ideias é respeitosa ao mesmo tempo em que trazem leves novidades para músicas já gravadas por centenas de vezes. Assim, celebram a simplicidade – que é genial e moderna no DNA – do velho Caymmi.