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O pop baiano de Marcela Bellas

Romantismo com humor, pop com tempero de dendê. Marcela Bellas vem da Bahia cheia de ritmo mas não se relaciona com o rótulo do axé. A cantora e compositora lança seu segundo CD, Chega de chorar de amor!, produção independente que ganhou apoio do projeto Natura Musical. O álbum tem download gratuito no site da cantora.

O novo trabalho afina a personalidade apresentada com o EP Leve (2006) e o CD Será que Caetano vai gostar? (2009). Marcela mistura ritmos, tem humor e leveza, mas agora está mais focada em sua aquarela. O novo CD tem uma unidade maior, mas sem deixar de lado a mistura livre de ritmos. Além do lançamento do álbum o patrocínio da Natura leva a cantora para uma mini-turnê pisando pela primeira vez em palcos de Minas Gerais, Rio e Aracaju, e incluindo ainda sua base Salvador e São Paulo, capital cultural do país.

O disco começa com No toque, segue no colo do reggae em Chega de chorar de amor (que cita o clássico Acabou chorare entre chavões românticos) para chegar na releitura de Telúrica, hit dos anos 80 de Baby do Brasil e Jorginho Gomes. Um rock com tintas de jovem guarda aparece em Ana Maria e também em I love Lucy, retrato de duas das personagens que passam pelo disco. “I love Lucy, i love minha periguete”, declara no cenário de uma lanchonete dos tempos da brilhantina. As duas meninas são criações da composição de Helson Hart. Ele também é parceiro de Marcella em AcrediteiOrai e Bar de Bira (no melhor estilo cabaré de beira de estrada).

Suas referências passam por Glauber Rocha, Caetano Veloso (afinal de contas, ele gostou?), Dorival Caymmi, João Gilberto e Novos Baianos. Mas no fim é tudo muito simples e divertido. Complicar pra que? É para cantar junto. Marcela é artista que tem comunicação direta e ideias próprias. Chega de chorar de amor! é romântico pop, é praia urbana.

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