Ao longo de quatro anos, a cantora Adriana B produziu um documentário sobre o sambista pernambucano Bráulio de Castro. Finalizado durante a pandemia com recursos da Lei Aldir Blanc, o filme estreou no canal de Adriana no Youtube e rendeu o EP “Do Cais ao Terço – os sambas de Bráulio de Castro”, lançado pela Mills Records, em que canta cinco músicas do compositor.
Natural do município de Bom Jardim, Bráulio viveu na capital Recife e passou por São Paulo, onde conviveu com Adoniran Barbosa e Genival Lacerda. Sua obra foi gravada por nomes como Cyro Monteiro, Zeca Pagodinho, Jair Rodrigues, Maria Alcina, Wilson Simonal, Demônios da Garoa, Alcione e Genival Lacerda. O documentário traz depoimentos de colegas como Alcione, Germano Mathias, Benito di Paula, do produtor Zé Milton entre outros. O próprio homenageado, que faleceu um mês depois do lançamento, conta suas histórias e funciona como fio condutor do filme, que ele chegou a assistir. “Ele se emocionou e por várias vezes teve que parar para recuperar o fôlego”, conta Adriana. “Disse que foi um dos maiores presentes que recebeu. Trago uma estrelinha brilhando no peito por essa façanha”, comemora a artista – também emocionada.
O EP traz quatro músicas lançadas entre 1973 e 1987, além da recente “Samba no Recife”, lançada pela própria Adriana para o carnaval de 2019 e que fecha o trabalho: “Não há quem fique triste nessa terra especial”, garante a letra. Mostrando que a festa pernambucana vai além do frevo, Adriana B canta sambas como “Borracha do tempo”, “Festa no meu coração”, “Festa na Válzea” – inspirada na obra do amigo Adoniran – e “Cartão amarelo”. Gravados para a parte musical do filme, os clips ganham vida própria no canal da cantora no Youtube.
