Segundo dos quatro álbuns que Alceu Valença planeja lançar esse ano, “Saudade” traz mais uma vez o artista sozinho com seu violão. Lançado pela gravadora Deck, o disco foi gravado durante a pandemia com produção de Rafael Ramos.
Com uma extensa agenda de shows entre Brasil e Europa cancelada por causa da pandemia, Alceu se viu longe da estrada pela primeira vez em muitos anos. Em casa se dedicou ao violão e foi criando roteiros, encadeando músicas antigas e inéditas, sem compromisso. Quando entrou em estúdio para registrar as sessões caseiras acabou criando quatro álbuns em uma só tacada. “Saudade” é o segundo desses lançamentos que vão preencher o ano de 2021, enquanto o artista se prepara para voltar aos palcos em agenda que começa em setembro.
O novo álbum traz duas inéditas: o samba “Era verão” abre o disco e fala sobre a chegada de Alceu no Rio no início da década de 70. Já a música que batiza o disco é tocante retrato do mundo em plena pandemia: “Saudade de amigos como eu confinados / que mesmo distantes estão ao meu lado”, canta Alceu. “Projeto um planeta mais civilizado / saúde e empatia sem pobres coitados”, sonha o artista que vislumbra um mundo mais solidário – tema que já havia abordado na urgente “Tomara”.
O roteiro de Alceu passa por grandes sucessos em novas releituras como “Tropicana”, “Como dois animais”, “Tesoura do desejo” e “Solidão”. O compositor resgata músicas que ficaram no lado B como “Andar, andar”, “Ai de ti Copacabana” e “Samba do tempo”. A saudade do Pernambuco natal chega para fechar o álbum com “Ladeiras” e “Olinda”.
Sozinho com seu violão, Alceu Valença registra a crônica de uma época. Isolamento social, espaço para revisitar a obra e criar novidades. Tempos difíceis, mas que podem render momentos de beleza e crescimento.
