A doçura da voz de Evinha se aconchega nas melodias pop de Guilherme Arantes nas teclas do piano de Gérard Gambus, marido da cantora. O belo álbum “Evinha canta Guilherme Arantes” foi gravado na França – onde o casal vive – e chega ao Brasil com lançamento pela Kuarup.
O formato intimista e caseiro repete a fórmula do álbum anterior, que a cantora lançou em 2016 quebrando um jejum de 17 anos sem lançamentos. Se no outro disco a dupla passeava pela história da cantora em repertório variado, agora eles se focam na obra de Guilherme Arantes, hitmaker que marcou as décadas de 70 e 80 com baladas pop que estiveram em alta rotação nas FMs e trilhas de novela.
Evinha e Gérard despem as canções e trazem elas de volta para a essência: a voz e o piano. Assim recriam clássicos como “Êxtase”, “Brincar de viver”, “Um dia um adeus”, “Deixa chover”, “Amanhã” e “Pedacinhos”. Muitas dessas gravações originais hoje soam datadas por arranjos carregados da sonoridade dos teclados eletrônicos da década de 80. Aqui voltam elegantes em ambiente acústico destacando a riqueza de suas melodias.
O álbum traz a inédita “Sou o que ele quer”, que o compositor deu a Evinha em meados da década de 80. “Nunca tive a oportunidade de gravá-la. Decidi gravar não somente essa música, como homenagear esse grande compositor”, conta a cantora em texto publicado no encarte. Outras surpresas fora da coleção de hits são “Antes da chuva chegar”, “A cidade e a neblina” e “Águas passadas”, pescadas no lado B da obra de Guilherme.
Voz que o Brasil aprendeu a amar na fase dos grandes festivais dos anos 1960, Evinha se mudou para a Europa há mais de 40 anos. O encontro com Gérard Gambus – que foi maestro da famosa orquestra de Paul Mauriat – aconteceu em 1978. Desde então viajam juntos em turnês do Trio Esperança – que ainda está em atividade na Europa em sua terceira formação. Nos últimos anos o casal vem visitando o Brasil para fazer shows e lançar discos. “Pra nunca perder esse riso largo / E essa simpatia estampada no rosto”.
