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Gabi Doti faz disco com som globalizado e provocações

Uruguaia de nascimento, com passagem por Porto Alegre e vivendo em Brasília, a cantora e compositora Gabi Doti lança o álbum “Ourtra razão”, seu quarto trabalho. Aqui Gabi busca realmente outras razões: procura se reinventar e propõe o mesmo desafio para quem estiver chegando.

 

Cosmopolita, Gabi faz um som globalizado na alegria do funk/soul/rock dançante. Não é para ficar parado. Processando referências múltiplas – desde o sangue latino-americano até a diversidade de culturas da capital federal – Gabi foi buscar na produção do expert Moogie Canazio a tradução de sem som. Para isso levou suas composições para Los Angeles, onde gravou com músicos americanos com currículos que passam pelas fichas técnicas de discos de grandes nomes do pop mundial.

 

A banda estrelar que dá vida aos sons de Gabi Doti conta com músicos que tem seus nomes em trabalhos de grandes estrelas como Michael Jackson, Tears for Fears, Phil Collins entre outros. O molho brasileiro fica a cargo de Daniel Baker (que assina os arranjos do álbum ao lado de Gabi e Moogie) e do percussionista Felipe Fraga (curitibano radicado em Los Angeles).

 

São dez canções escritas pela própria Gabi, nove no roteiro e uma final como bônus. O disco abre com “Verdade ou mentira”, letra que provoca: “A minha verdade é a tua mentira / E assim, você vai inventando o que quiser de mim”. Em “Silêncio capital”, que fala sobre a lei de silêncio que tentou calar a vida boêmia de Brasília, dá pistas de seu som miscigenado: “Escrevi um funk / Abrasileirado, seu não! / Sambando no silêncio sideral / Respirando seca e jazz / Feito o rock dessa terra / Capital do bem”.

 

As letras de Gabi tocam, cutucam, questionam, provocam sentimentos e comportamentos. “Não quero vê-lo julgar meu jeito / Qual o lado certo da razão”, questiona em “Sublimação”. Em “Nosso jeito” celebra as diferenças nas relações: “Meu jeito no teu jeito / Teu jeito no meu jeito / Nosso jeito”. Em “Otra razón”, faixa título cantada em espanhol que ganhou clip cinematográfico, fala de maneira poética e delicada sobre a perda da razão para abordar o mal de Alzheimer.

 

Valorizando a edição física, o encarte traz um ensaio feito pelo fotógrafo João P.Teles que entra no clima de cada música. Gabi também abre seu processo de criação do disco revelando a data aproximada de cada composição, deixando registrado que o disco foi gerado entre junho de 2017 e abril de 2019.

 

Jogando iscas e provocações em suas letras, vestindo sua música com energia, Gabi Doti procura jogar questões na batida funk/rock/disco/r&b. Para procurar referências, abrir a cabeça para questionamentos que não precisam necessariamente ter respostas fechadas.

 

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