Em período sabático desde o final da turnê com o grupo Tribalistas, Marisa Monte agitou as plataformas digitais com o lançamento de três títulos que formam a série “Cinephonia”. Neles Marisa disponibiliza músicas que fizeram parte de seus projetos audiovisuais entre 1989 e 2001. O material ganha edição do Phonomotor, selo da cantora, estreando parceria com a Sony Music.
A seleção não traz oficialmente nada de novo, mas disponibiliza e facilita o acesso a músicas que não estão na discografia oficial de Marisa como “Você não serve pra mim”, “VideGal” e o dueto com Ed Motta em “These are the songs”. O projeto também é grande quando traz versões ao vivo de sucessos como “Volte para o seu lar”, com performance inesquecível de Bukasa, do incrível duo de vocalistas que acompanhada a tour “Mais”. É valioso o registro do encontro quase informal com os Novos Baianos, de “Barulinho bom”. Único registro até então inédito é a gravação de “Acontecimento”, composição de Hyldon, que fazia parte da turnê “Memórias, Crônicas e Declarações de Amor”, de 2001.
Alguns momentos memoráveis desses shows ainda ficaram de fora como “Sonhos” e “Samba e amor” (“MM”), ou “Dig a pony” e “I can see clearly now” (“Mais”). Fica a certeza de que essa coleção ainda rende mais capítulos e mergulhos mais profundos nos arquivos de Marisa.
Esse material – inicialmente lançado em caprichadas produções em VHS e depois disponibilizadas em DVD – já circulavam em gravações em K7 e até apareciam em algumas rádios desde o início da década de 1990.
Desde que surgiu, no final da década de 1980, Marisa Monte sempre foi uma artista muito atenta e cuidadosa com sua obra. Mesmo em uma época em que o mercado não era muito difundido para esses registros, a cantora sempre manteve lançamentos regulares de vídeos de suas turnês – e sempre mostrando mais do que os shows – colecionando assim um baú de faixas extras.
O lançamento do catálogo foi feito em três fases durante o mês de junho de 2020 com “Memórias (2001) – Ao Vivo”, “Hotel Tapes (1996) – Ao Vivo” e “Princípios (1989 – 1992) – Ao Vivo”. A proposta de disponibilizar esse material nas plataformas é democrática e agradável, soma capítulos para contar (e ouvir) essa história.