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Obra de Miriam Batucada é resgatada nas plataformas digitais

Sem muito alarde a discografia da cantora paulistana Miriam Batucada vem sendo resgatada e publicada nas plataformas digitais. Essa semana um raro compacto lançado originalmente em 1973 com as músicas “Decisão” e “Polichinelo” entrou na lista de trabalhos da artista disponíveis.

 

O valioso resgate da obra dessa artista única e especial está sendo feito pelo pesquisador Ricardo Santhiago, que está organizando um acervo com a memória de Batucada com auxílio da apresentadora de rádio e TV Mirna Lavecchia, irmã da cantora. Através do site www.miriambatucada.com.br Ricardo abriu um canal para que o público envie fotos, vídeos, músicas e histórias. O acervo que ele está organizando vai ser usado na biografia que está escrevendo sobre a artista e em um álbum com composições inéditas interpretadas por 18 artistas. Depois o material será doado para a Universidade Federal de São Paulo e disponibilizado para pesquisadores.

 

O compacto relançado essa semana traz as músicas “Decisão” (composição dela)  e “Polichinelo” (de Gadé e Almanir Grego). O sucesso desse disco abriu as portas da gravadora Chantencler para que, em 1974, Miram lançasse seu clássico LP “Amanhã ninguém sabe”. Inédito em formato digital, Ricardo adianta que o álbum também está chegando nas plataformas digitais, com previsão de estar disponível já na próxima semana.

 

O acervo já disponível conta com o trabalho de estreia de Miriam. Lançado em 1967 pelo selo pernambucano Rozenblit, traz as músicas “Batucando na mão” (de Renato Teixeira) e “Plác-Tic-Plác-Plác” (de Waldemar Camargo e Walter Peteléco). Outro divertido compacto, esse de 1970, traz músicas escritas especialmente pra ela por Miguel Gustavo (“A saia”) e Billy Blanco (“Pantalona”). O álbum independente “Alma da festa” (1991) e a coletânea “A batucada não morreu” (2018) também estão disponíveis.

 

Espécie de filha torta da Tropicália (com passagens pelos grupos do movimento) com Adoniran Barbosa e os Novos Baianos, Miriam Batucada foi artista que entendeu perfeitamente o balanço brasileiro com suas raízes italianas. Mais conhecida como parceira de Raul Seixas, Sérgio Sampaio e Edy Star no álbum clássico-underground “Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10”, tem história própria a ser contada, rica como de seus parceiros da ordem.

 

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