Inezita Barroso vive. Depois de ganhar delicada homenagem que juntou Ceumar, Paulo Freire e Lui Coimbra, a artista está de volta em um novo tributo. O CD “Canta Inezita” traz As Galvão, Maria Alcina, Consuelo de Paula e Claudio Lacerda em registro ao vivo gravado no teatro Sesc Santo André. Com produção assinada por Thiago Marques Luiz e arranjos de Paulo Serau, o álbum chega pela gravadora Kuarup.
Manter viva a obra de Inezita Barroso é de grande importância para a cultura nacional. Antes da música sertaneja ganhar asfalto banalizada e descaracterizada, Inezita foi autêntica cantora caipira de grande sucesso. Em mais de 80 anos de carreira, Inezita foi além dos palcos e discos: marcou seu nome no cinema e na TV com o inesquecível programa “Viola, minha viola”. Também se marcou como pesquisadora e professora – com título de Doutora Honoris Causa em folclore e arte digital pela Universidade de Lisboa.
Nesse novo disco 15 músicas do universo de Inezita são recriadas pelos artistas em números solo e duetos. Consuelo de Paula abre com “Engenho novo”, “Viola quebrada” e “Ronda”. Depois recebe Claudio Lacerda em “Colcha de retalhos”. Ele segue em “Cuitelinho”, “Poeira” e “O menino da porteiro”. É a hora de Maria Alcina entrar em cena com “Prenda minha”, “Balaio” e “Marvada pinga” – que parece ter sido feita pra ela. As Galvão se juntam a Maria Alcina em “De papo pro ar” e seguem set com “Cheiro de relva”, “O que tem a Rosa” e “beijinho doce”. No final todos se encontram no palco para reacender com beleza o “Lampião de gás”.
O elenco plural mostra a importância e o tamanho e a importância da obra construída pela homenageada. A festa caipira de raízes e cultura genuína brasileira mantém viva o universo do interior valorizado por Inezita. O som é bem brasileiro nessas modas de viola.
foto: Jair de Assis