A música paraense é o norte de “Do canto”, novo trabalho da cantora e compositora Sandra Duailibe. No álbum, lançado de forma independente com distribuição da Tratore, Sandra junta 17 compositores do Pará, de gerações diversas. Em seu canto todos ganham a voz afinada, a interpretação elegante da cantora em doze músicas que não saem em hora nenhuma do refinado ambiente musical criado por Sandra em sua discografia.
Sandra nasceu no Maranhão e hoje vive em Brasília. Mas é no Pará – para onde se mudou ainda bebê, viveu por 21 anos e ainda frequenta – que tem seu berço cultural, raízes musicais. Foi em Belém que começou, aos oito anos, a estudar no respeitado Conservatório Carlos Gomes. E é para esse estado – que é dela – que Sandra volta seu canto para comemorar quinze anos de carreira.
Apesar de estar pisando solo paraense, o álbum não traz os ritmos que nos últimos anos ecoam pelo país vindos da região. Sandra segue seu caminho de uma intérprete de belas melodias da sofisticada música brasileira e seus diversos ritmos. Mostra, com essa intimidade, a propriedade para destacar boleros, baladas,bossas, sambas feitos no Pará, estado de rica e diversificada produção cultural, espelho do país.
Alguns dos compositores gravados por Sandra também participam do álbum. Vital Lima divide com a cantora o vocal em “Círios”, parceria dele com Marco Farias. O belo violão do autor Salomão Habib acompanha Sandra na sensual “Depois do amor” e também em “Tão amigo assim”. Nilson Chaves está em “Coração sonhador”. Música que encerra e batiza o disco, “Do canto” tem o piano de Robenare Marques, parceiro de Sandra e sua irmã Márcia Duailibe Forte na canção.
Apesar de ter o Pará como fonte, o álbum segue o padrão de Sandra Duailibe, cantora de repertório sofisticado, escolhas criteriosas e interpretação elegante. Em “Do canto” Sandra está em casa.