No apagar das luzes de maio de 2019 Zélia Duncan lança seu novo álbum, “Tudo é um”, em edição da Biscoito Fino. Fechando um mês de lutas e polarização na sociedade, Zélia se arma de afeto, uma coleção de canções que pendem para o lado leve da vida.
“Não me dei conta enquanto fazia do quanto eu estava precisando dessa leveza em algum lugar do meu universo”, conta a cantora no texto em que apresenta o álbum em primeira pessoa. “Tudo é um” retoma a linha pop/folk/brasileira que tornou Zélia conhecida em todo o país, que deu a ela liberdade pra voar – e voltar, confortável.
Sua discografia não é linear. Os álbuns de carreira são entrelaçados a – tantos – projetos alternativos que formam um painel de uma artista inquieta e sem limites. Zélia pode ir pro samba, mergulhar no pop, visitar a vanguarda paulista e reverenciar um ídolo de uma maneira insólita (nunca óbvia). Mesmo fora da música – sua zona de conforto – já flertou com teatro, jornalismo, se dedica ao esporte e não se furta a dar opiniões sobre política e sociedade. O dia de Zélia parece ter bem mais de 24 horas.
Se precisasse organizar em uma prateleira o novo álbum estaria na mesma de seus discos do início da carreira. Mas ele é ainda mais bonito se for ouvido nessa rica seara diversa de múltiplos olhares, interesses plurais.
Parceiro constante na discografia inicial de Zélia, o músico Christiaan Oyens assina a produção. De mãos dadas, os dois retomam a história juntos mas trazem parceiros que Zélia colecionou no caminho. Zeca Baleiro, Dani Black, Moska, Chico César, Fred Martins e Dimitri. Única faixa que não tem assinatura da cantora é “O que mereço”, da safra do pernambucano Juliano Holanda – nome cada vez mais presente, obra que merece maior atenção.
Como o título sugere “Tudo é um” é um disco que agrega, conforta, reúne. Não por acaso os parceiros também participam cantando com Zélia: Zeca, Dani e Moska. Parceiro no álbum cello e voz que gravaram com a obra de Milton Nascimento, Jaques Morelenbaum volta em “Sempre os mesmos erros”, música de Zélia com Fred Martins.
Ao mesmo tempo em que cumpre a maratona de lançamento desse disco, Zélia já tem olhos – braços, vozes – no próximo projeto. Em estúdio com a amiga e parceira Ana Costa as duas preparam um álbum inteiro de sambas com temática feminista. As duas já vem mostrando algumas das músicas em ocasiões especiais. Zélia parece estar eternamente em processo de criação, um projeto alimentando outro.
Enquanto o desconforto anda solto no mundo Zélia usa sua voz para acalentar. “Pede calma e bota a alma pra pensar”, pede em “Feliz caminhar”, parceria com Moska. “Tudo é um” é assim: abraça, aproxima amigos, proporciona momentos de afeto. “Amor pra sempre é amor de amigo”. Ninguém solta a mão de ninguém.
Estou encantada com seu álbum, Zélia Duncan tanto talento, me senti abraçada por você, estamos precisando de afeto e amor, obrigada por essa obra magnífica.
Zélia é INCRÍVEL, cada obra é um presente! Certeza que está LINDO de VIVER! Sucesso, amoooo