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Isabella Taviani lança inéditas na “Máquina do tempo”

O início de 2020 trouxe a “Máquina do tempo” de Isabella Taviani. Oitavo álbum da discografia da cantora, apresenta uma nova coleção de onze músicas inéditas, a grande maioria com vocação direta para o palco  – seu melhor habitat.

 

Isabella fala para seu público, e é na relação com ele que a artista cresce. Em 17 anos de carreira a cantora e compositora nunca teve um estouro na mídia tradicional, mas foi aos poucos cultivando ouvidos, despertando paixões, agregando. Mesmo sem estar nas rádios ou TVs, suas músicas são cantadas por platéias que lotam teatros em diversas cidades do país. Quando as cortinas abrem a relação é de simbiose e entrega, tanto do palco pra platéia quando ao contrário.

 

Esse relacionamento próximo com o público rendeu a música “Rivotril”, que abre o disco. Quando anunciou seu casamento com a cantora e compositora mineira Mylenna (parceira também na composição de seis das onze faixas do álbum), Isabella foi desafiada pelas fãs, que disseram que ela deixaria de fazer “músicas rasgadas”. Isabella provou que não e, uma uma live, dividiu o início de processo de composição com o público. “Sou eu que encontra numa encruzilhada / Que te empurra no vão da escada e te compra um picolé pra você não chorar mais”.

 

O novo disco tem produção dividida entre o baixista André Vasconcellos e o violonista Fabrício Mattos. As gravações foram feitas entre Rio e Buenos Aires, com músicos brasileiros e argentinos. Os ares portenhos não estão claros no álbum, que segue a receita de Taviani se alternando entre rocks e baladas apaixonadas, com algumas novidades.

 

No delicioso rock “Me desculpe se eu não fui pior” cita o “Frevo mulher” de Zé Ramalho: “É quando a chuva não tem mais o que molhar / É quando o vento sacode a cabeleira”. A balada “Aconteceu” se impõe com a digital de Taviani.

 

A surpresa no repertório é um bem vindo ijexá chamado “Alfabeto grego”, com percussão de Marcos Suzano e os violões de Isabela e André. Composta no interior mineiro “Luar de prata” tem DNA da música caipira, que nas mãos dos músicos argentinos se aproximou da música da região dos Andes, e ganhou vocais de Myllena. Também fora da região de conforto é a faixa título que encerra o disco com ares psicodélicos: ” A máquina do tempo está à pleno vapor”.

 

Levando seu pop que nasce na batida de seu bom violão, Isabella Taviani sabe falar direto para seu público. A embalagem das músicas valoriza o repertório, mas o DNA está sempre ali claro. Na frente sempre, no fundo de tudo, está clara a presença de Isabella Taviani e o diálogo direto com o público.

 

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