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Lúcia Menezes promove aglomeração de belas canções em novo álbum

Em tempos de pandemia, a cantora Lúcia Menezes promove aglomeração de belíssimas músicas em seu novo álbum. O título também é um convite para quando o isolamento der uma chance: “Até que alguém me faça coro pra cantar na rua”. Com produção de José Milton, o sétimo trabalho da discografia de Lúcia tem distribuição da Atração Fonográfica.

 

Desde que o coronavírus trancou o mundo em casa, Lúcia Menezes tem promovido diversas lives informais a partir de sua varanda. Cantando a capela, conversando com as pessoas e contando histórias, suas apresentações cheias de afeto e improviso são encontros virtuais que a cantora cearense organiza enquanto os teatros estão fechados. Nesse mesmo clima de união, o título do novo álbum – gravado antes da pandemia – é bem apropriado e conversa com esse afeto das lives, é um convite lúdico para aquecer a alma.

 

“Até que alguém me faça coro pra cantar na rua” entrega o que o ouvinte de seus trabalhos anteriores já espera, belezas e surpresas. Lúcia Menezes tem dois vícios saudáveis em seus discos: sempre traz músicas de Chico Buarque (no álbum anterior inclusive com participação do compositor) e releituras de Carmen Miranda. Dessa vez Chico vem na rara “Um chorinho”, que traz o verso que batiza o disco. Já a alegria de Carmen – a quem Lúcia já dedicou um álbum ao vivo em 1996 – vem em dose dupla: “E bateu-se a chapa” e “Tico tico no fubá”.

 

Dessa vez Lúcia traz uma surpresa que pra ela é familiar: seu filho Eduardo de Menezes Macedo, por dedicação poeta e xilografista, assina pela primeira vez duas músicas: “Quando a égua esfrega o bode” e “Caatinga seca”. Também praticamente de casa traz inéditas assinadas por Cristóvão Bastos e João Lyra – maestros que dividem os arranjos dos últimos cinco álbuns da cantora. Cristóvão aparece com “Lua de esperar”, parceria com Roberto Didio, enquanto Lyra vem em “Ciranda do beijo roubado”, dobradinha com Zeh Rocha.

 

A seleção de repertório, sempre dividida pela cantora com José Milton e Nelson Silveira, não cansa de surpreender. Vai desde uma pérola irresistível pescada no repertório de Adriana Calcanhotto, “Você disse não lembrar”, até um delicioso arrasta-pé “Forró do Beliscão”, de João do Vale, Ary Monteiro e Leôncio, que Lúcia canta com humor, propriedade e cadência.

 

O irresistível convite para cantar em coro com Lúcia Menezes contagia. Fazendo a ponte musical entre seu Ceará e o Rio, onde vive, a cantora soma novo título em sua valiosa discografia, sempre celebrando ritmos e sotaques do Brasil.

 

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