Banda ícone do rock psicodélico pernambucano da década de 70, o Ave Sangria está de volta com novo álbum. “Vendavais” chega ao mercado 45 anos depois do cultuado LP que levava o nome da banda e que caiu nas graças do público desde 2008.
Com o crescente interesse das novas gerações pelo único álbum da banda – que sofreu com a censura e foi recolhido das lojas cerca de um mês e meio depois do lançamento – a banda renasceu em 2014. O Ave Sangria mergulhou no baú de composições inéditas feitas entre 1969 e 1974, que ganham vida agora no novo disco.
Da formação original o Ave segue com Marco Polo (voz e composições), Paulo Rafael (guitarra solo e viola) e Almir de Oliveira (voz, guitarra base e composições). Ao trio se soma Juliano Holanda – nome importante e onipresente na nova e interessante cena pernambucana – (baixo e backing vocal), Gilu Amaral (percussões) e Júnior do Jarro (bateria e backing vocal).
O som das onze faixas do álbum preserva a mistura entre o rock e ritmos nordestinos, com assuntos que vão de crítica social a temas sombrios. “Da agressividade do rock pesado ao lirismo acústico das baladas”, define Marco Polo. Entre as novidades tiradas do baú, a banda inclui uma nova versão acústica para “O marginal”.
O hiato de quatro décadas e meia entre um disco e outro foi o tempo necessário para a banda ser descoberta, reavaliada e cultuada. O som que nos anos 70 apontava o futuro encontra ouvidos atentos em um público que ainda nem tinha nascido em 1974.