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Patricia Mellodi se expõe com opiniões e mistérios em novo álbum

“É pra lá ou pra cá / Em cima do muro eu não posso aturar”. O refrão de “Em cima do muro” retrata o novo momento de Patricia Mellodi, que corajosamente se expõe como artista inquieta em “Dois deuses e eu”, seu quinto álbum. O trabalho foi dividido em dois lançamentos: em maio Patricia apresenta o “Lado A” com seis faixas, enquanto reserva para junho o “Lado B” com as outras seis composições inéditas.

Totalmente autoral, o disco foi gravado por um power trio. A própria Patricia assume seu violão (parceiro na hora de compor) e se junta a Alexandre Rabello (produção musical, baixo, percussão e programações) e Élcio Cáfaro (bateria).

O disco abre com a música que batiza e explica o título: “Filha de Iemanjá e Ogum / Dois deuses e eu”. A letra autobiográfica mostra a mulher forte, decidida, de idéias firmes e atitude corajosa: “Eu sou mãe guerreira / Sou matreira, brasileira / E nada destrói / Sou do afeto, sou delícia, sou Patrícia / Sou mulher que cupim não rói”. E é isso que ela mostra no repertório, já adiantado em uma apresentação especial para convidados em fevereiro enquanto ainda estava gravando as músicas no Estúdio Eco Som.

Na seqüência  a mulher guerreira também sabe ser a mãe doce e carinhosa, acolhedora como mostra na balada “Pra embalar”, primeira a ser apresentada como single. A busca pela liberdade é tema de “Vontade”, que tem incursão do poeta Jorge Salomão: “Ninguém apagará nossa chama”. Se de um lado as certezas estão na cara, por outro o oculto encanta. Em “Mistérios” abre espaço para as dúvidas: “É tão bonito um mistério que envolve a gente”. A divertida e apaixonada “Paixão bipolar” fecha esse primeiro lado do projeto: “Amanheço bem, de tarde quero fugir / De noite me arrependo e vou me declarar / E na madrugada começo a chorar”.

Em “Dois deuses e eu” Patrícia se desnuda, se mostra mais inteira do que nunca. A coragem de insistir no repertório autoral em tempos tão difíceis para a cultura é orgânica, necessária. O recado urgente é retrato de uma mulher moderna e dona de seu destino. A artista aqui fotografa seu tempo, suas opiniões e questões.

O álbum será apresentado em duas apresentações nesse final de semana (sábado, 18/05, e domingo, 19/05 ambos às 17h) no Parque das Ruínas, cartão postal carioca em Santa Teresa. Os shows – com direção do poeta Jorge Salomão,  roteiro a cargo do poeta e jornalista Christovam de Chevalier e cenário assinado pela artista visual Iza Valente – têm entrada franca.

 

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